UNIVERSOEU

0
16:38

tenho atração física
sublime espiritual pelos universos.

pelos tempos que me beijam
com lágrimas metálicas de outros planetas.

pelos oceanos que me abraçam invisível
a olho nu mas não invisíveis aos poros dos olhos da minha alma.

sim, estou condenado, tenho atração liquida e gasosa pelos cometas.

e se eu me desequilibrar na borda de um dialogo espectral com o tempo-espaço?

meu deus! tenho atração tridimensional pelo corpo de uma estrela!

serei refugiado em alguma cratera lunar
longe dos meus amigos feitos de constelações?

sinto uma intimidade obliqua quase
irretocável porem melindrosa e divanica pelos desertos

salivo pelos anjos sem sexo imaginando
suas vaginas feitas de versos perfeitos

estarei consumando meu declínio por olhar assim para os seres da perfeição?

ah sinto atração quântica relativamente eletroabstrata
com impulsos eletros que saem da página
de uma poesia quando observo uma nuvem

esquenta-me por dentro
dos pêlos da minha alma com convulsões vulcânicas
pausadamente quando observo os lábios da musa.

serei posto numa redoma no
centro do mundo por amar silenciosamente o infinito?

minhas mãos gélidas derretem-se em cilindros de úteros
feitos de dilatações de galáxias
quando percorro os corpo das palavras...

estarei desgraçando minhas percepções e
logo meus quatro cantos serão amarrados
pela utopia e chicoteados pela amarga solidão dos poetas?

com que violência!
sinto o cheiro sedutor da aurora
almejando engravidá-la de
sonhos feitos de sois vislumbrantes!



desespero!
sinto uma atração poética com ânsia de
universo e sexo de infinito pela perfeição de uma chuva...

estarei condenado a sensibilidade sublime de todos os sentidos?

a violência da poesia é a liberdade!

devora-me!
estraçalhe-me!
desintegra-me!
alarga-me pelos espaços inteiros!

não basta me sentir!
quero sentir
os universos inteiros!





bY: João Leno Lima

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

0 comentários: