INDIVIsÍVEL

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Aquilo que me separa de mim mesmo.
Aquilo que geme,
Como o coração da flauta na canção mágica.
Aquilo que agoniza,
Como as crianças sujas nas ruas pálidas.
Como os jovens-pássaros que jamais envelhecerão.
Aquilo que se petrifica,
Como aquele amor declarado mais jamais vivido.
Bálsamo de dias consolando o imediato.
Meus amigos sempre jovens e seus filhos futurísticos.
Como a gota que ainda despencou.
O que se passa em seu coração nessa fração-intervalo?

Que inveja dos pássaros...

Aquilo que é guardado em segredo
E aquilo que é indisfarçável timbrando o instante.
Aquilo que não pode ser dito
Mas que foge pelos poros das palavras.
Aquilo que esperamos como um próximo ônibus
E o que esperamos como um próximo cometa...
Aquilo que me separa de mim mesmo.








João Leno Lima
29-08-09

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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