GRUPO FLUXUS: VIDA ARTE VIDEOARTE (1962-1973)

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Performance de Yoko Ono, Cut a Piece
Foi um movimento artístico organizado primeiramente em 1961 pelo lituano George Maciunas, através da Revista Fluxus que tinha como objetivo publicar textos dos artistas da vanguarda de várias nacionalidades que colaboravam entre si. Fluxus incorporou diferentes tipos de arte, como performances, vídeos e música.
Participaram do movimento, entre outros artistas, George Brecht, John Cage, Jackson Mac Low e Toshi Ichijanagi, Joseph Beuys, Dick Higgins, Gustav Metzger, Nam June Paik, Wolf Vostell e Yoko Ono.
O grupo Fluxus desenvolveu uma atuação social e política radical que contestava o sistema museológico. Assim, teve um profundo impacto nas artes das décadas de 60 e 70 a partir de sua
postura radical e subversiva, trabalhava com o efêmero, misturando arte e cotidiano, visando destruir convenções e valorizar a criação coletiva.


O estilo dos artistas e da teoria do Fluxus foi muito comparado a estética do Dadaísmo e da Pop art. A partir da década de 90, a comunidade Fluxus começou a se reorganizar através da internet e comunidades on-line em todo mundo trocando experiências reais de poesias visuais, performances culturais, música e vídeo. A unidade entre arte e vida é a ideia principal do grupo Fluxus.


"Fluxus não foi um momento na história ou um movimento artístico. É um modo de fazer coisas (...), uma forma de viver e morrer". Com essas palavras D. Higgins define o movimento, enfatizando o seu principal traço. Menos que um estilo, um conjunto de procedimentos, um grupo específico ou uma coleção de objetos, Fluxus traduz uma atitude diante do mundo, do fazer artístico e da cultura que se manifesta nas mais diversas formas de arte: música, dança, teatro, artes visuais, poesia, vídeo, fotografia etc. Seu nascimento oficial está ligado ao Festival Internacional de Música Nova, em Wiesbaden, Alemanha, 1962, e a George Maciunas (1931-1978), artista lituano radicado nos Estados Unidos, que batiza o movimento com uma palavra de origem latina, que significa fluxo, movimento, escoamento.

O termo, originalmente criado para dar título a uma publicação de arte de vanguarda, passa a caracterizar uma série de performances organizadas por Maciunas na Europa, entre 1961 e 1963. São elas que estão na raiz de festivais - os Festum Fluxorum - realizados em Copenhague, Paris, Düsseldorf, Amsterdã e Nice. De feitio internacional, interdisciplinar e plural do ponto de vista das artes, Fluxus mobiliza artistas na França - Ben Vautier (1935) e R. Filiou; Estados Unidos - D. Higgins, Robert Watts (1923-1988), George Brecht (1926), Yoko Ono (1933); Japão - Shigeko Kubota (1937), Takato Saito; países nórdicos - E. Andersen, Per Kirkeby (1938) - e Alemanha - Wolf Vostell (1932-1998), Joseph Beuys (1912-1986), N. June Paik. As músicas de John Cage e Nam June Paik, comprometidas com a exploração de sons e ruídos tirados do cotidiano, têm lugar central na definição da atitude artística de Fluxus.

Trata-se de romper as barreiras entre arte/não-arte, dirigindo a criação artística às coisas do mundo, seja à natureza, seja à realidade urbana e ao mundo da tecnologia. Além da música experimental, as principais fontes do movimento podem ser encontradas num certo espírito anárquico de contestação que caracterizou o dadaísmo, nos ready-mades de Marcel Duchamp (1887-1968), e em sua crítica à institucionalização da arte, e na action paiting de Jackson Pollock (1912-1956), com sua ênfase no processo de criação ancorado no gesto e na ação.

As performances e happenings, amplamente realizados pelos artistas ligados ao Fluxus, remetem ainda a uma vigorosa tendência da arte norte-americana de finais dos anos 50, por exemplo, aos trabalhos de Robert Rauschenberg (1925 - 2008) ligados ao teatro e à dança, às esculturas junk de D. Smith e Richard Peter Stankiewicz (1922-1983), feitas a partir da combinação de refugos e materiais descartáveis e aos eventos de Allan Kaprow (1927), aluno de Cage em cursos em que o compositor combinava idéias de Duchamp e Artaud, com a filosofia zen-budista.

As realizações Fluxus justapõem não apenas objetos mas também sons, movimentos e luzes num apelo simultâneo aos diversos sentidos: visão, olfato, audição, tato. Nelas, o espectador é convocado a participar dos espetáculos experimentais, em geral, descontínuos, sem foco definido, não-verbais e sem seqüência previamente estabelecida. Já em 1957, John Cage definia a direção das novas produções artísticas: "Para onde vamos a partir de agora? Em direção ao teatro. Essa arte, mais que a música, liga-se à natureza. Temos olhos, assim como ouvidos, e é nossa tarefa utilizá-los".


As performances conhecem inflexões distintas, podendo adquirir tom minimalista ou acento mais teatral e provocador. Aquelas concebidas por Joseph Beuys na Alemanha se particularizam pelas conexões que estabelecem com um universo mitológico, mágico e espiritual. Nelas chamam a atenção o uso freqüente de animais - por exemplo, as lebres em The Chief - Fluxus Chant, Copenhague, 1963 -, a ênfase nas ações que conferem sentidos aos objetos e o uso de sons e ruídos de todos os tipos, num apelo às experiências anteriores à linguagem articulada e ao reino dos instintos, que os animais representam.


No Brasil, alguns críticos apontam parentescos entre o Grupo Rex, criado em São Paulo por Wesley Duke Lee (1931), Nelson Leirner (1932), Geraldo de Barros (1923-1998), Carlos Fajardo (1941), José Resende (1945) e Frederico Nasser (1945), com o movimento Fluxus. Integrantes do Fluxus estiveram presentes na 17ª Bienal Internacional de São Paulo (1983) que teve uma ala dedicada à exposição de obras e documentos do grupo.

As propostas do grupo eram politizadas e de cunho libertário, se aproximando muito dos ideais primeiro sugeridos pelo Dadaísmo e o Construtivismo russo. Ela a partir de então se une ao grupo.
Em 1964, Yoko Ono lança o livro Grapefruit, uma compilação de "instruções de obra de arte" (entre elas Hide & Go Seek: "Se esconda até que todos se esqueçam de você. Se esconda até que todos morram.") e começa uma longa série de happenings.

 

 

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Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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